O pica-pau, também chamado picapau, ipecu, carapina e pinica-pau, é uma ave da ordem Piciformes, da família Picidae, de tamanho pequeno a médio, com penas coloridas e, na maioria dos machos, com uma crista vermelha. Suas patas possuem dois dedos voltados para frente e dois dedos voltados para trás, o que lhe auxilia a se agarrar nos troncos de árvores. São muito numerosos no Brasil. Vivem em bosques onde fazem seus ninhos abrindo uma cavidade nos troncos das árvores, sendo esse o motivo da nomenclatura “pica-pau”. Eles são capazes de dar 100 bicadas por minuto no tronco de uma árvore. Alimentam-se principalmente de larvas de insetos que estão dentro dos troncos de árvores, alargando a cavidade onde se encontram as larvas com seu poderoso bico e introduzindo sua língua longa e umedecida pelas glândulas salivares. Os ninhos são escavados em troncos de árvores o mais alto possível para proteção contra predadores. Os ovos dos pica-paus, de 4 a 5, são chocados pela fêmea e também pelo macho durante 20 dias.

“Pica-pau”, “picapau” e “pinica-pau” são referências a seu hábito de perfurar a madeira das árvores com seu bico para capturar larvas e insetos e para construir ninhos. “Ipecu” vem do tupi ïpe’ku. “Carapina” vem do tupi kara’pina.

 

Dentre as especializações da família Picidae, estão a capacidade de escalar árvores, escavação de ninhos e alimentação por uma língua longa e dotada de diversos tipos de pontas modificadas. Os pica-paus retiram seu alimento do tronco de árvores. Suas unhas fortes e curvas ficam agarradas no substrato enquanto procuram e exploram as cavidades onde as larvas de insetos estão abrigadas. A língua móvel e cheia de muco captura o alimento. A escavação dos ninhos (em troncos não muito duros) é feita pelo bico forte e flexível, e o impacto das bicadas é minimizado graças à presença de uma articulação diferenciada entre a maxila superior e o crânio que permite o músculo do local absorver e dissipar parte do impacto.

 

Com o ninho pronto, a fêmea coloca os ovos que serão incubados pelo casal durante cerca de 15 dias. Os filhotes abandonam o ninho quando ainda não são capazes de voar, permanecendo em galhos próximos por alguns dias ainda. Muitos animais incapazes de cavar tocas e/ou buracos para fazerem seus ninhos ou abrigos se aproveitam das moradias dos pica-paus. Os organismos que mais se beneficiam são periquitos, araçaris, pequenos mamíferos como os saguis e mico-leões,  répteis e anfíbios. Além disso, os pica-paus cumprem ainda importantes papéis ecológicos como controlar a população de insetos no ecossistema e diminuir a quantidade de larvas que podem ser nocivas às plantas hospedeiras.

 

O Pica-pau-de-topete-vermelho (Campephilus melanoleucos) é uma das espécies mais conhecidas da família. Ocupa matas ralas de regiões campestres e florestas de galeria. É encontrado no Panamá, Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil, sendo que em território brasileiro habita a Amazônia, a Região Nordeste, Centro-oeste e Sul. Mede entre 33 a 38 cm e pesa cerca de 250 g. Possui a cabeça e o topete vermelhos e uma faixa branca em cada lado do pescoço. Vive aos pares ou em grupos familiares e se alimenta de larvas e de frutos, principalmente de besouros.  São animais agressivos, dormem e se abrigam da chuva em ocos. Os pica-paus em geral são muito  úteis ao homem, pois destroem insetos e larvas que são nocivas à madeira.

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