Como transportar o seu pet
Assim como o transporte de crianças dentro do carro merece um cuidado especial por parte dos motoristas, o deslocamento de animais domésticos em veículos também segue algumas regras que resultam em mais segurança. O mais correto é transportar animais de estimação dentro do veículo, no banco de trás ou no porta-malas, em uma caixa de transporte ou em uma gaiola, conforme a espécie, sempre com atenção para não prejudicar a visibilidade do motorista e cuidado com o conforto e a segurança do animal.
Transportá-los nos bancos dianteiros, soltos dentro do carro ou até no colo de um passageiro, além de perigoso, é contra a lei e resulta em infração, com perdas de pontos na carteira e multa. Animais soltos podem pular pela janela, desviar a atenção do motorista e causar acidente.
Artigo 235:
“Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados”.
Artigo 252, inciso II:
“Dirigir o veículo transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre os braços e pernas”.
O uso de acessórios protege contra lesões provocadas por paradas ou por desvios bruscos, nas quais o animal pode se machucar ou ferir outras pessoas Existem equipamentos e cuidados especiais para cada tipo de animal, por exemplo:
Cães – grades (indicado para animais de grande porte), caixas de transporte (ideais para viagens longas) ou cintos e coleiras, que ficam presos ao cinto de segurança do carro, nesse caso, a recomendação é o uso da coleira peitoral e nunca prender com arames ou cordas porque podem machucar ou mesmo matar o animal.
Gatos – devem ser transportados apenas em caixas, pois se assustam com facilidade, são mais ágeis e difíceis de socializarem.
Peixes – devem ser deslocados sempre em sacos de plástico.
Pássaros – em gaiolas, devidamente cobertas com um pano, para o animal não se estressar com a viagem.
Cintos de segurança:
reduzem o risco de seu animal sair ferido em um acidente de carro, porque o mantém protegido e preso ao banco traseiro. Alguns modelos são adaptadores presos às coleiras peitorais, outros já são completos – basta fixar no encaixe do cinto do carro ou, em alguns modelos, junto ao cinto de segurança.
Caixas de transporte:
as caixas devem ser resistentes, ventiladas e de acordo com as medidas do animal. As melhores possuem uma alça (pegador) para transporte, trava para fechamento das portas, grades (fendas) de ventilação, cantos arredondados para limpeza fácil e bastante espaço.
Grades de contenção:
são divisórias de metal para limitar a circulação do animal dentro do automóvel. Existem modelos para o centro (entre os bancos dianteiros), os laterais, que impedem o cão que gosta de saltar pela janela, e ainda aqueles que restringem os cães à traseira de uma caminhonete ou de uma perua. Porém, é importante lembrar que o animal pode se machucar em uma freada brusca, pois ele está “solto” na área em que escolheu transportá-lo.
Cadeiras e assentos:
animais de pequeno e médio porte podem ser transportados em cadeiras específicas e preparadas para serem utilizadas com coleiras do tipo peitoral.
DOCUMANTAÇÃO PARA VIAJAR
Viajar com animal doméstico também implica em possuir documentação adequada, além dos quesitos de segurança – caixa de transporte adequada. Geralmente é necessário apresentar atestado de sanidade animal, com destaque para a comprovação de imunização anti-rábica, mas cada meio e cada país tem regras próprias e, ainda, cada empresa pode fazer exigências específicas:
Ônibus
Não existe regra única para o transporte de animais em ônibus, seja interurbano ou interestadual. Em geral, as empresas aceitam apenas animais de pequeno porte, desde que estejam em recipientes adequados. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) divulga orientação específica às empresas de transporte intermunicipal e usuários quanto ao transporte de animais domésticos.
Aviões
Atenção às normas dos países de destino e das companhias. Os animais devem viajar dentro de recipiente adequado a seu tipo e tamanho e ser à prova de fuga ou vazamentos. Geralmente o viajante deve fazer uma reserva para o animal com no mínimo 48 horas de antecedência. Fêmeas em período de gestação não são aceitas pelas empresas. Os animais são transportados no compartimento de cargas, eles só podem viajar na cabine em casos especiais – dependendo do porte do animal – e com o pagamento de uma taxa suplementar.
Navio
Geralmente não permitem que passageiros embarquem com animais de qualquer espécie ou tamanho.
Trem
Os animais devem estar em contêineres especiais ou com coleira e focinheira.
Obs.: as regras não valem para cães guia (cães treinados acompanhando deficientes visuais), que podem viajar dentro da cabine, sem taxa extra.
Para os demais animais (ovinos, caprinos, cavalos, peixes, aves; mamíferos silvestres, répteis, roedores etc.) o transporte deve acontecer com a apresentação de alguns documentos, como: a Guia de Transporte Animal (GTA), que tem validade de sete dias, para apenas um sentido da viagem, e pode ser obtida gratuitamente no Serviço de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura ou com veterinários credenciados pelo ministério. Para viagens internacionais, é exigido o Certificado Zoosanitário Internacional (CZI), emitido gratuitamente pelos postos do Ministério da Agricultura e com validade de oito dias, apenas para um sentido da viagem. Além do GTA, podem pedir nota fiscal de produtor ou outro documento fiscal; atestado de exame clínico negativo; guia de transporte fornecida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA, no caso de animais silvestres; e atestados de vacinação.
DICAS GERAIS
– Alguns animais, como os gatos, têm pavor de mudanças. Se esse for o caso do seu bicho, a adaptação deve ser feita lentamente. Primeiro, o animal deve se acostumar a ficar no carro parado. Quando ele se sentir melhor, é hora de tentar usar o cinto de segurança ou a caixa de transporte. E, só depois, tentar andar com o carro;
– Deixe a janela aberta para entrar ar, mas só até a metade, para que o animal não queira e não possa sair do automóvel;
– No carro, nunca transporte o animal no banco da frente;
– Se você for levar a caixa de transporte no porta-malas, retire a tampa deste, para que não falte ar;
– Se você transportar o animal com o cinto de segurança apropriado, forre o local onde ele vai ficar. Algumas pet shops vendem tapetes higiênicos, que absorvem a urina, e outros tipos de protetores para o veículo;
– Em caso de viagem, ou mesmo de percursos longos dentro da cidade, alguns animais podem enjoar, sobretudo nas curvas. Pergunte ao veterinário que remédio e quantidade são mais indicados para resolver este problema;
– Para animais muito estressados, pode até ser o caso de dar um sedativo quando for necessário viajar. Mais uma vez, converse com o veterinário para saber que marca e dosagem são as mais recomendadas;
– É aconselhável não dar água, nem comida até três horas antes de viajar. Durante o percurso, porém, você pode dar comida e água quando parar na estrada. A quantidade deve ser controlada, menor do que a que você daria normalmente, para afastar o risco de enjoos e vômitos;
– Lembre que é proibido o transporte de animais de propriedade ou estabelecimento onde esteja ocorrendo doença infecto-contagiosa;
– Se parar o carro por algum tempo jamais deixe seu companheiro dentro do carro quando estiver sol ou muito calor. Os animais não conseguem dissipar o calor transpirando como nós e poderão sofrer de intermação (hipertermia), podendo chegar a óbito;
– Antes de transportar animais, mesmo os de estimação, procure orientação no posto de atendimento do Ministério da Agricultura que atende o seu município.
Fonte:
http://www.transitoideal.com/pt/artigo/1/condutor/30/transporte-de-animais